Família de Mauro Cid deixa o Brasil e vai para os Estados Unidos; PGR vê risco de fuga

Esposa, filhas e pais do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro embarcaram rumo a Los Angeles. Procuradoria pede prisão preventiva e investiga tentativa de obtenção de passaporte estrangeiro.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) revelou, nesta sexta-feira (13), que a família do tenente-coronel Mauro Cid deixou o Brasil no mês passado com destino aos Estados Unidos. A informação consta em uma representação encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e levanta suspeitas de uma possível tentativa de fuga do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com o documento, a esposa, as duas filhas e os pais de Mauro Cid embarcaram em um voo com escala no Panamá e destino final em Los Angeles, na Califórnia (EUA). A movimentação foi detectada pela PGR, que estranhou a ausência de registros migratórios relacionados a uma das filhas do militar, o que acendeu um alerta dentro das investigações.

“Embora tenha sido localizada a reserva (…), não há registro de procedimento migratório de saída do país, e seu nome não consta na lista de passageiros do referido voo. A informação reforça a hipótese criminal já delineada pela Procuradoria-Geral da República e evidencia a forte possibilidade de que Gilson Machado Guimarães Neto e Mauro César Barbosa Cid estejam buscando alternativas para viabilizar a saída de Mauro Cid do país, furtando-se à aplicação da lei penal”, descreve o documento.

Segundo informações da jornalista Daniela Lima, da GloboNews, uma das filhas, identificada como Giovana, não embarcou no primeiro voo, mas possui passagem marcada e deve seguir para os Estados Unidos ainda hoje.

Pedido de prisão e operação da Polícia Federal

Diante do cenário, a PGR solicitou ao STF a prisão preventiva de Mauro Cid e de Gilson Machado, ex-ministro do Turismo no governo Bolsonaro. No entanto, até o momento, apenas o pedido relacionado a Machado foi atendido pela Corte.

Gilson Machado foi preso na manhã desta sexta-feira (13) pela Polícia Federal, em Recife (PE). A suspeita é de que ele tenha atuado para auxiliar Mauro Cid na obtenção de um passaporte português, o que configuraria tentativa de fuga e obstrução de Justiça. Além disso, a PGR não descarta a possibilidade de que o grupo tenha buscado outros documentos em embaixadas diferentes.

A representação apresentada também solicita medidas adicionais, como buscas e apreensões domiciliares e pessoais, incluindo a coleta de celulares, computadores e outros dispositivos eletrônicos dos investigados, bem como o acesso aos dados bancários, fiscais, telefônicos e telemáticos de Mauro Cid.

Prisão revogada e novo depoimento

Ainda nesta sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes chegou a decretar a prisão de Mauro Cid. Entretanto, a ordem foi revogada enquanto agentes da Polícia Federal já estavam na residência do militar, localizada no Setor Militar Urbano (SMU), em Brasília.

Mesmo sem a prisão efetivada, Cid foi conduzido à sede da Polícia Federal, onde deve prestar um novo depoimento nas próximas horas.

Investigação segue em curso

A PGR sustenta que há fortes indícios de tentativa de obstrução de investigações, favorecimento pessoal e risco real de fuga, o que motivou os pedidos encaminhados ao STF. As investigações seguem em sigilo, mas devem avançar nos próximos dias com a análise dos materiais apreendidos e a coleta de novos depoimentos.

O caso reacende a pressão sobre os desdobramentos das investigações que envolvem integrantes do governo anterior e possíveis práticas de crime, tanto na esfera administrativa quanto na judicial.

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Editor Ourinhos Online