Não existe mais direita no Brasil — o que há é um bonde caça-níqueis no Congresso
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Nas últimas décadas, o cenário político brasileiro passou por tantas metamorfoses que hoje é difícil identificar o que realmente significa “direita” no país. O que se vê em Brasília, na prática, é um aglomerado de interesses pessoais e econômicos travestidos de ideologia — um verdadeiro bonde caça-níqueis do baixo clero.
Chamar de “extrema direita” o grupo de parlamentares bolsonaristas é dar mais crédito do que merecem. A maioria desses políticos opera de forma oportunista, agindo conforme a maré e os cofres públicos. Jair Bolsonaro, que por muitos foi visto como um líder de direita, sempre foi, na verdade, um reacionário oportunista. Nem os generais da ditadura militar suportavam sua presença — motivo pelo qual acabou expulso do Exército.
Seus filhos, notadamente Eduardo e Carlos Bolsonaro, tentam construir uma imagem de “defensores da pátria” e “guardiões da moral”, mas tudo não passa de paisagismo político: uma fachada para encobrir o velho jogo de interesses, cargos e privilégios.
O que muitos chamam de “direita” no Brasil, hoje, é uma colcha de retalhos ideológica, formada por parlamentares de diferentes origens que se unem por conveniência. No Congresso, alianças se formam e se desfazem não por princípios, mas por emendas, cargos e benefícios locais. O famoso “Centrão” é o exemplo mais emblemático dessa lógica: apoia quem estiver no poder, seja Bolsonaro, Lula ou qualquer outro, desde que o caixa esteja aberto e as vantagens garantidas.
O bolsonarismo conseguiu, por um tempo, canalizar um sentimento popular de revolta e antipolítica, mas não construiu uma base ideológica consistente. Quando se olha de perto, o que resta são políticos que trocam de lado com facilidade, ajustando o discurso conforme as oportunidades.
O resultado é um país sem uma direita estruturada, sem quadros sólidos e sem projeto de nação. O que sobrou, dentro e fora do Congresso, são figuras que usam o rótulo de “conservadores” para justificar o clientelismo e o fisiologismo que sempre dominaram Brasília.
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