Docentes da UNESP Ourinhos participam de Evento Científico na Amazônia

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XVI Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (ENANPEGE)

Entre os dias 21 e 26 de setembro de 2025, a cidade de Macapá (AP) sediou o XVI Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (ENANPEGE), realizado na Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).

Com o tema “Geografias em um mundo em crises”, o encontro reafirmou sua centralidade como o maior e mais importante espaço de produção e reflexão científica da Geografia brasileira. O evento reuniu mais de 2.000 pesquisadores de todo o país e do exterior em um momento estratégico: a coincidência com a COP-30, também realizada na Amazônia.

A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (ANPEGE), criada em 1993, tem como propósito reunir e articular os programas de pós-graduação em Geografia no Brasil. Seu trabalho busca incentivar e qualificar os debates sobre ensino e pesquisa, além de promover maior integração entre diferentes programas e responder às demandas emergentes do campo científico.

Entre suas principais iniciativas está a realização bienal dos ENANPEGEs, reconhecidos como espaços privilegiados de reflexão, diálogo e análise da produção acadêmica. Esses encontros também discutem políticas públicas e agências de fomento, mantendo interlocução constante com as dinâmicas sociais e acadêmicas no Brasil e no mundo.

Na pós-graduação em Geografia, o evento se consolidou como o maior encontro científico da área no país. Sua trajetória começou em 1984, com o I Encontro Nacional de Pós-Graduação em Geografia (ENPGPG), em São Paulo. Em 1986, ocorreu o II encontro no Rio de Janeiro e, em 1987, o III em Rio Claro. Em 1993, durante o IV encontro em Florianópolis, foi aprovada a criação da ANPEGE, marcando a transição para a atual denominação de ENANPEGE.

Desde então, o evento ocorre de forma bienal e itinerante, já tendo passado por cidades como Florianópolis (2003), Fortaleza (2005), Niterói (2007), Curitiba (2009), Goiânia (2011), Campinas (2013), Presidente Prudente (2015), Porto Alegre (2017), São Paulo (2019), João Pessoa (virtual, em 2021, devido à pandemia), Palmas (2023) e, agora, Macapá, no coração da Amazônia.

A edição de 2025 apresentou uma programação robusta: foram 20 mesas-redondas, 3 painéis de debate e 63 Grupos de Trabalho (GTs), além de conferências, lançamentos de livros e a tradicional entrega dos prêmios de melhores teses e dissertações. A conferência de abertura foi ministrada pela renomada geógrafa Ruth Wilson Gilmore (University of New York), referência internacional em Geografia crítica. O encerramento ficou a cargo da liderança indígena Alessandra Munduruku, que destacou o papel da ciência geográfica na construção de uma sociedade mais justa e sustentável.

A UNESP Ourinhos esteve presente por meio de cinco docentes do Departamento de Geografia e Planejamento (DGPlan).

A professora Andréa Aparecida Zacharias foi uma das coordenadoras do GT 13 – Geotecnologias e Métodos de Representação na Análise Espacial. O GT, tradicional e consolidado há 10 anos, recebeu 67 trabalhos inscritos e 45 apresentações, sendo o terceiro maior do encontro. Além da coordenação, a docente apresentou o trabalho “Uso de Tecnologias da Informação Geográfica de Baixo Custo em Áreas de Risco a Movimentos de Massa”, em parceria com Ana Luisa Teixeira, Silvia Elena Ventorini e Hugo Frizzoni Candian. A pesquisa destacou como soluções acessíveis em geotecnologias podem apoiar políticas públicas de prevenção e mitigação de desastres.

As professoras Carla Cristina Gimenez de Sena e Márcia Cristina de Oliveira Mello integraram o GT 14 – Formação Docente, Ensino de Geografia e Livro Didático, que contou com 65 trabalhos inscritos e 42 apresentações.

Nesse GT, Márcia Cristina apresentou o trabalho “Trabalho de Campo no Ensino de Geografia: avanços a partir do Projeto Nós Propomos! desenvolvido no Brasil”, em coautoria com Larissa Pereira Camargo de Abreu. Já Carla Sena apresentou o trabalho “Recursos Didáticos Adaptados para Deficiência Visual: uma proposta de uso da impressão 3D no ensino inclusivo de Geografia”, em coautoria com Diego Alves Ribeiro.

Carla também participou do GT 36 – Geografia da Educação: abordagens e horizontes, com o trabalho “Ensino Colaborativo e Cultura Inclusiva: práticas na educação especial em uma escola estadual paulista”, em parceria com Lauriane Rodrigues. Além disso, esteve presente no lançamento do livro “Tactile Mapping”, no qual assina o capítulo “Learning Geography When You’re Blind”, escrito em coautoria com Waldirene Ribeiro do Carmo e publicado pela ESRI Press.

O professor Guilherme dos Santos Claudino foi coordenador do GT 09 – Filosofia e Epistemologia da Geografia, um dos mais antigos do evento. Nesta edição, o GT recebeu 30 trabalhos inscritos e 20 apresentações. O grupo promoveu intensos debates sobre os fundamentos epistemológicos da Geografia, reafirmando sua relevância para os desafios contemporâneos e abrindo novas perspectivas para compreender a relação entre sociedade e espaço.

Já o professor Márcio José Catelan integrou as discussões do GT 02 – Geografia Econômica e Economia Política do Território, que contou com 28 trabalhos inscritos e 23 apresentações. Nesse espaço, apresentou em coautoria com Pablo Muryllo de Oliveira e Eduardo Silva Correia o trabalho “Fluxos e Escalas: o urbano-regional das cidades médias na Globalização”. O estudo analisou o papel estratégico das cidades médias no processo de globalização e sua articulação em múltiplas escalas – local, regional, nacional e global.

A participação dos docentes da UNESP Ourinhos no XVI ENANPEGE evidencia a força da universidade no cenário nacional, com contribuições significativas nas áreas de educação geográfica, epistemologia e geotecnologias.

Além disso, reforça o compromisso institucional com a produção de conhecimentos capazes de orientar políticas públicas e práticas sociais voltadas à construção de sociedades mais justas, democráticas e sustentáveis.

Realizado pela primeira vez em solo amazônico, o ENANPEGE 2025 destacou a centralidade da região nos debates sobre mudanças climáticas, justiça socioambiental e desenvolvimento, reafirmando a Geografia como campo crítico e propositivo diante dos dilemas contemporâneos.

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Editor Ourinhos Online