Trump recua e secretário dos EUA fala em tarifa zero para produtos como café
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A três dias do prazo estabelecido para a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, o governo de Donald Trump sinalizou um possível recuo que pode impactar diretamente as relações comerciais entre Estados Unidos e Brasil.
Em entrevista concedida nesta terça-feira (29) à emissora norte-americana CNBC, o secretário do Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou que produtos não produzidos em território norte-americano, como manga e café, poderiam ser isentos de tarifas. “Os Estados Unidos não produzem esses produtos. Então, poderiam entrar com tarifa zero”, declarou Lutnick.
O café, por exemplo, é altamente dependente de clima tropical, o que torna inviável seu cultivo em solo estadunidense. Isso obriga o país a importar o grão, especialmente do Brasil, um dos maiores produtores e exportadores mundiais.
A sinalização de recuo ocorre em meio a tensões comerciais envolvendo também a China. Em paralelo às negociações com Washington, o governo chinês demonstrou interesse em absorver parte da produção brasileira que poderá ser afetada pela chamada “bolsotaxa”, proposta por Donald Trump com articulação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, confirmou, em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia nesta terça-feira, que a Embaixada da China já se ofereceu para abrir canais de diálogo com empresários brasileiros. O objetivo é buscar alternativas de exportação para os produtos que perderiam competitividade no mercado norte-americano.
A movimentação internacional acontece num momento delicado das relações comerciais do Brasil, que tem buscado alternativas diplomáticas para preservar seus mercados estratégicos.
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