Trabalho por conta própria: os dados que desmentem a romantização da informalidade

Nas últimas semanas, voltou a ganhar destaque na grande mídia a discussão sobre o trabalho por conta própria no Brasil. No entanto, os números mais recentes revelam que parte desse discurso não reflete a realidade da maioria dos trabalhadores.

Segundo dados oficiais, o trabalho com carteira assinada no país bateu recorde em abril de 2025, atingindo a marca de 39,6 milhões de vínculos formais. Já o trabalho por conta própria permanece praticamente estagnado desde o fim da pandemia, reunindo atualmente 25,9 milhões de trabalhadores.

Apesar disso, algumas pesquisas de opinião, como as realizadas pelo Datafolha, acabam gerando interpretações distorcidas sobre o tema. Um exemplo é a pergunta que compara o desejo dos entrevistados entre ter um emprego formal, ganhando menos, ou trabalhar por conta própria, ganhando mais. A questão, no entanto, ignora que, na prática, quem possui carteira assinada tem uma média salarial superior à dos autônomos.

De acordo com os dados mais recentes, o trabalhador do setor privado com carteira assinada recebe, em média, R$ 3.148, enquanto o trabalhador por conta própria tem um rendimento médio de R$ 2.818.

A realidade é que os bons rendimentos na informalidade são exceção, não regra. Ainda assim, uma parte da grande imprensa segue alimentando a ideia de que empreender ou trabalhar de forma autônoma é, na maioria dos casos, sinônimo de maior liberdade financeira — algo que os números não confirmam.

O debate sobre as relações de trabalho no Brasil precisa ser feito de forma honesta, levando em consideração dados concretos e a realidade da maioria da população. Afinal, a formalização continua sendo, para milhões de brasileiros, sinônimo de segurança, estabilidade e melhores condições de vida.

📝 Fonte: Esta matéria foi elaborada com base em uma publicação do Luiz Alberto Vieira, que trouxe uma análise crítica sobre os dados atuais do mercado de trabalho brasileiro, relacionando os números oficiais aos discursos propagados pela grande mídia.

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Editor Ourinhos Online