PGR denuncia Bolsonaro e mais 33 por tentativa de golpe de Estado

Ex-presidente é acusado de planejar envenenamento de Lula e assassinato de ministro do STF em conspiração para subverter a democracia brasileira

Em uma ação sem precedentes na história política recente do Brasil, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ontem uma denúncia formal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 33 indivíduos, incluindo altos oficiais militares e ex-ministros. A acusação central é a tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022, que reconduziram Luiz Inácio Lula da Silva à presidência.

De acordo com o procurador-geral Paulo Gonet, a conspiração, denominada “Punhal Verde e Amarela”, envolvia planos para envenenar o presidente Lula e assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Documentos e mensagens digitais obtidos durante a investigação revelam que os conspiradores pretendiam desestabilizar as instituições democráticas e impedir a posse de Lula.

Além de Bolsonaro, a denúncia inclui o ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, apontado como um dos líderes da trama. Os acusados enfrentam imputações por formação de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e conspiração para golpe de Estado. Se condenados, as penas podem chegar a 20 anos de prisão.

Em sua defesa, Bolsonaro negou as acusações, classificando-as como infundadas e politicamente motivadas. “Não há qualquer prova concreta contra mim. Estou tranquilo quanto à minha inocência”, declarou o ex-presidente em entrevista coletiva.

O Supremo Tribunal Federal avaliará a admissibilidade da denúncia nos próximos dias. Caso seja aceita, os acusados serão formalmente processados e responderão às acusações em juízo.

Este episódio marca um momento crítico para a democracia brasileira, testando a resiliência das instituições diante de ameaças internas e reforçando o compromisso do país com o Estado de Direito.