“A outra história americana”: o filme que você precisa assistir! – Por Bruno Yashinishi

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Em um mar de produções hollywoodianas que frequentemente suavizam ou distorcem temas sociais espinhosos, “A Outra História Americana” (American History X, 1998) se destaca como um soco no estômago — necessário, incômodo e, por isso mesmo, inesquecível. Mais do que um filme, é um alerta. Um espelho da realidade que muitos preferem ignorar.

Estrelado por Edward Norton, que entrega uma atuação visceral, o filme mergulha nas entranhas do neonazismo nos Estados Unidos, mostrando como o ódio é construído, alimentado e — em certos casos — desconstruído. Mas não se engane: “A Outra História Americana” não é um conto redentor ou esperançoso. É cru, denso e perturbador, exatamente como deve ser ao tratar de temas como racismo, violência, intolerância e ciclos de destruição familiar.
A narrativa é construída de forma inteligente, intercalando passado e presente com um uso impactante do preto e branco, não como estética gratuita, mas como reforço simbólico da dualidade moral vivida pelo protagonista. A direção de Tony Kaye, embora envolta em polêmicas nos bastidores, resultou em uma obra que se mantém atual mesmo após mais de duas décadas.
O mais inquietante é que, ao assistir ao filme hoje, ele parece ter sido lançado ontem. A ascensão de discursos de ódio, a radicalização política e o racismo estrutural continuam presentes — não só nos Estados Unidos, mas em diversas partes do mundo, inclusive aqui. Por isso, este filme não é apenas relevante: ele é urgente.
“A Outra História Americana” não traz soluções fáceis. Não termina com uma sensação de paz. Pelo contrário, ele deixa o espectador desconfortável, talvez até culpado. E esse é o seu maior mérito. Porque o cinema também serve para isso: despertar consciências adormecidas.
Se você ainda não viu, assista. Se já viu, reveja — e pense. Poucos filmes têm coragem de ir tão fundo. E menos ainda têm a dignidade de sair de lá com a verdade intacta.

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Editor Ourinhos Online