A fala sempre é o melhor remédio até quando é “saudável” a convivência
Quem disse que eu sei que fulano (a) não está chateado (a) com algo que falei ou fiz em 1920 e que até hoje não me lembro? Faz mais de “mil anos” o tal acontecido e a pessoa apenas me fita ou toma atitudes condizentes com alguém decepcionado e muito diferente das atitudes que tomava antigamente. Frustrante situação para ambos, parece um jogo de empurra-empurra: “fala que sou culpado (a), mas não sei a razão “. “Tu fizeste nada, fica tranquilo (a).” Sim, fez. Conviver com os demais é algo extremamente desafiador e dificultoso. Vamos dar uma olhadinha na história do planeta e suas peleias: assustadora, no entanto, parece que progredimos – depende do ângulo visto. Para mim, houve certo avanço nas relações humanas para que a ordem viesse e proibisse uma sociedade combalida pela guerra. Não precisamos ir muito longe – basta bater na porta do vizinho e fazer uma entrevista sobre “a vida como ela é” com um dos moradores – alguém surgirá de um cômodo com um melodioso – “NÃO É BEM ASSIM”.
Falar parece ser o nó que aperta a garganta quando dela deveriam sair as palavras que nos fazem ser o que não podemos ou não queremos sentir-nos: piores. Engolir uma montanha é um tolo engasgar-se; não poupa tempo e estrago emocional de si e alheio. Portanto, vomite seu iceberg sem medo. Quem pressente que as coisas vão e não vão bem e a convivência de momento não adoeceu, mas tem a sensação de que na próxima esquina aparecerá uma corda pendurada esperando um suspiro meio torto para que à revelia o réu ou a ré sejam enforcados isentos do real motivo, é hora de falar. Não importa o tempo, se há decepção, se algo se quebrou nesse relacionamento durante a convivência, o melhor a fazer é conversar, mesmo que a cura não venha e a distância ou a presença do porque-sempre-te-quis-aqui-mas-não-dizia-certas-verdades sejam, no mínimo, o “remediado está”. Bonita é a coragem de quem verdadeiramente tenta saber o que houve e se cometeu equívocos, se está acontecendo algo que pode ter desagradado, se ainda consegue agir para que tudo volte a ser melhor do que antes – ainda que o tempo seja o que tudo parece consertar.
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