100 dias de retrocessos para Ourinhos: impacto na saúde e sofrimento da população
Logo no início da gestão de Guilherme Gonçalves, o secretário de Saúde, Diego Singolani, resolveu exibir o chicote da legalidade ao exigir que todos os servidores da pasta cumprissem a carga horária prevista nos concursos — geralmente, 8 horas diárias. À primeira vista, um gesto de moralização. Na prática, escancarou-se a velha farra seletiva que reina no setor: enquanto servidores administrativos e técnicos da saúde são intimados a cumprir a jornada completa, médicos e dentistas — a fina flor da categoria — seguem confortavelmente blindados, alheios à regra que deveria ser universal. O nome disso? Falta de isonomia, uma ofensa não apenas à lei, mas à inteligência dos contribuintes.
Reuniões e Impasses
Como era previsível, a exigência de Singolani não resultou em cumprimento generalizado, mas num pandemônio administrativo. Reuniões se sucedem, vereadores fazem caras graves, servidores protestam, e tudo continua como antes — ou pior. Informações de bastidores revelam que Ourinhos ignora diretrizes básicas do Ministério da Saúde, como a que exige 20 horas semanais para dentistas no SUS. Muitos, no entanto, cumprem meras 10 horas, sem que ninguém ouse levantar a voz. O resultado? A conta, como sempre, cai no colo do contribuinte, que banca um sistema caro, desigual e ineficiente.
Desmandos na Gestão
E, como não há desgraça que ande só, a ABEDESC — entidade que deveria colaborar com a eficiência da saúde pública — tem protagonizado um festival de exonerações e contratações no melhor estilo “te cuida, quem manda agora sou eu”. Vários servidores foram sumariamente demitidos para dar lugar a novos rostos, muitos com sobrenomes curiosamente semelhantes aos de assessores, secretários e até vereadores. O toma-lá-dá-cá ganhou jaleco branco, crachá e crachá de acesso.
Promessas Quebradas
Guilherme Gonçalves prometeu uma nova política, transparente e técnica. Em 100 dias, entregou um governo que, ao invés de romper com os vícios do passado, parece disposto a refiná-los. O discurso da eficiência virou cortina de fumaça para perseguições seletivas e acomodações políticas. A população, atônita, observa a repetição do velho enredo: promessas virtuosas no palanque, práticas viciosas no poder. E a saúde, que deveria ser prioridade, segue doente — com diagnóstico conhecido e sem perspectiva de cura.
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