Tentativa de criminalização contra professor e sindicato gera repúdio e alerta sobre a liberdade sindical nas escolas

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A tentativa de implementação do modelo cívico-militar na Escola Estadual Durval Guedes, em Bauru, culminou em um episódio que gerou forte reação entre educadores e entidades sindicais. O professor Marcos Chagas, que também é diretor da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), foi alvo de um boletim de ocorrência registrado pela diretora da unidade escolar após participar de uma mobilização contrária à proposta.

A atitude foi interpretada como uma tentativa de criminalização do movimento sindical e gerou nota pública de repúdio por parte da Apeoesp, além de manifestações de solidariedade por parte da comunidade escolar.

Debate e resistência

Segundo Marcos Chagas, a gestão da escola apresentou resistência em promover um diálogo amplo e transparente com a comunidade sobre o novo modelo. Diante da ausência de debate interno, o sindicato optou por realizar uma mobilização do lado de fora da escola, dialogando com pais, estudantes e moradores do bairro.

— Fizemos esse debate com a comunidade de forma respeitosa. O boletim de ocorrência soa como uma retaliação, justamente porque a proposta defendida pela gestão foi rejeitada — afirmou o professor.

Modelo rejeitado

A Escola Estadual Durval Guedes não foi aprovada no programa estadual que prevê a transformação de escolas em unidades cívico-militares. Apenas a Escola Estadual Morais Pacheco, em Bauru, foi selecionada. O resultado reforça o posicionamento de que a mobilização sindical e o engajamento da comunidade foram decisivos para evitar a adoção de um modelo amplamente contestado por educadores.

Liberdade sindical em risco

Em nota, a Apeoesp repudiou a tentativa de criminalização e expressou preocupação com o enfraquecimento da liberdade sindical dentro das escolas públicas. Para a entidade, o boletim de ocorrência representa uma ameaça ao direito constitucional de organização e manifestação.

— Não se pode transformar em caso de polícia a atuação legítima de professores e sindicatos que defendem uma educação pública democrática e de qualidade — declarou a entidade.

Conclusão

O episódio envolvendo o professor Marcos Chagas evidencia um cenário preocupante: a escalada de ações que buscam intimidar lideranças educacionais e cercear o direito à livre manifestação. Em tempos de retrocessos, defender a liberdade sindical, o diálogo e a participação da comunidade nas decisões escolares é mais urgente do que nunca.

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Editor Ourinhos Online