Exército avalia unidades militares para possível prisão de Bolsonaro

Forças Armadas analisam alternativas para garantir segurança e evitar aglomerações de apoiadores.

As Forças Armadas já discutem possíveis locais para o cumprimento de pena do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), caso ele seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento sobre sua suposta tentativa de golpe de Estado. A principal preocupação dos militares é evitar tumultos e manifestações de apoiadores, além de garantir a segurança institucional das unidades que possam recebê-lo.

Entre as possibilidades analisadas, ganha força a ideia de que Bolsonaro seja mantido em uma instalação militar, devido ao seu histórico como ex-chefe de Estado e ex-integrante das Forças Armadas. No entanto, há também a possibilidade de que ele cumpra pena em uma unidade da Polícia Federal, seguindo o modelo adotado no caso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ficou detido por 580 dias em Curitiba.

Planejamento prévio para evitar crises

Embora o julgamento possa se estender até 2026, o STF pretende avançar na análise dos 34 denunciados até o final deste ano. Diante desse cenário, oficiais do Exército já iniciaram um planejamento para definir qual seria a melhor estrutura para receber Bolsonaro, caso a condenação ocorra.

A prisão do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e um dos denunciados no caso, tem servido de referência para essa discussão. Atualmente, Braga Netto encontra-se detido no quartel da 1ª Divisão do Exército, na Vila Militar do Rio de Janeiro, em uma instalação com armário, frigobar, televisão, ar-condicionado e banheiro privativo.

Entre as opções consideradas para Bolsonaro, está o Comando Militar do Planalto, em Brasília. No entanto, ainda não há decisão concreta, e as discussões seguem em estágio inicial. O Código Penal Militar prevê a criação de espaços especiais para ex-presidentes, mas há receio de que isso provoque aglomerações de apoiadores, como ocorreu durante os acampamentos em frente a quartéis após as eleições de 2022.

Temor de manifestações e novas tensões

A possibilidade de tumultos e pressão política por parte dos seguidores de Bolsonaro preocupa os militares, que buscam evitar desgastes internos e externos às Forças Armadas. Durante a prisão de Lula, por exemplo, houve intensa mobilização de apoiadores em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba. No caso de Bolsonaro, o receio é de que manifestações em maior escala ocorram, ampliando a tensão institucional e desafiando a capacidade das autoridades de conter eventuais desordens.

O futuro do ex-presidente segue indefinido, mas a movimentação nos bastidores já indica que, caso a condenação se concretize, a escolha do local de sua detenção será um tema estratégico para as Forças Armadas e para o governo.

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Editor Ourinhos Online