Justiça investiga uso de fundos de investimento para ocultar bens de empresário goiano

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A família do empresário Lélio Carneiro, dona do Grupo Coral — que já foi um dos maiores players do setor de serviços terceirizados em Goiás antes de entrar em falência — está no centro de uma série de investigações da Justiça e da Polícia Federal. O clã é acusado de usar uma complexa rede de fundos de investimento da Faria Lima para ocultar patrimônio e blindar bens de credores.

Nos últimos meses, juízes de diferentes processos determinaram a abertura desses fundos, suspeitos de funcionarem como “caixas-pretas” para esconder recursos. Em um dos casos, a Justiça já reconheceu que a família utilizava esse mecanismo do mercado financeiro para dificultar a recuperação de valores. Em outro, o Judiciário enfrenta resistência da administradora responsável para revelar os beneficiários finais.

Um levantamento do portal Metrópoles identificou 177 fundos com patrimônio acumulado de R$ 55 bilhões que não possuem auditoria ou foram considerados inauditáveis por falta de documentos. Destes, 68 têm como únicos acionistas outros fundos, criando camadas que dificultam a identificação dos verdadeiros donos dos recursos.

No caso específico da família Carneiro, a União mapeou uma cadeia de investimentos em busca de R$ 250 milhões que deveriam ter sido recolhidos em impostos. Além disso, bancos e investidores afirmam que os fundos foram criados para esconder o dinheiro do empresário e de seus familiares.

A gestora Reag Investimentos, que administra parte desses recursos, também está sob investigação da Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público de São Paulo (MPSP). As suspeitas incluem lavagem de dinheiro ligada ao crime organizado no setor de combustíveis. A Reag, que já foi alvo de operações recentes da PF, tem resistido a revelar quem são os investidores e os beneficiários finais.

O caso reforça as preocupações das autoridades sobre a utilização de fundos de investimento como instrumento para ocultar patrimônio, dificultar a fiscalização e, em alguns casos, lavar dinheiro.

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Editor Ourinhos Online