Justiça dos EUA liga Paulo Figueiredo a esquema bilionário de fraude comandado por ex-sócio de Steve Bannon

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Empresa do influenciador recebeu US$ 140 mil de magnata chinês condenado por crimes financeiros

📍 Por Redação Ourinhos.Online | Fonte: ICL Notícias

Paulo Figueiredo, influenciador bolsonarista e neto do último presidente da ditadura militar brasileira, está no centro de uma nova polêmica internacional. Segundo documentos obtidos por veículos como a Agência Pública e a revista Mother Jones, e divulgados pelo ICL Notícias, uma empresa em nome de Figueiredo está sendo investigada pela Justiça dos Estados Unidos por envolvimento indireto em um esquema de fraude bilionária liderado pelo magnata chinês Miles Guo, ex-sócio de Steve Bannon.

A empresa International Treasure Group, registrada na Flórida e de propriedade de Paulo Figueiredo, teria recebido uma transferência de US$ 140 mil (cerca de R$ 770 mil) de uma das companhias de fachada de Guo, que foi condenado por crimes como lavagem de dinheiro e organização criminosa. A transferência está sendo considerada fraudulenta, como parte do esforço do empresário chinês de esconder patrimônio antes de declarar falência.

Apesar de não haver acusação direta contra Figueiredo, o nome de sua empresa aparece como ré no processo movido pelo Tribunal de Falências do Distrito de Connecticut. Figueiredo foi notificado, mas não respondeu no prazo legal, fazendo com que o caso siga em curso à revelia do influenciador.

Conexões com o bolsonarismo e a extrema-direita americana

O caso ganha relevância por causa da proximidade de Figueiredo com figuras centrais do bolsonarismo e da direita americana. Ele tem atuado diretamente ao lado de Eduardo Bolsonaro em Washington para articular sanções contra o governo brasileiro e o ministro Alexandre de Moraes, utilizando como ponte a influência da extrema-direita dos EUA.

O próprio Guo — também conhecido como Miles Kwok — era financiador e parceiro de Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump. Guo também é apontado como o controlador da rede social Gettr, que teve papel importante na divulgação de conteúdos bolsonaristas no Brasil. A Gettr, inclusive, patrocinou eventos ligados à reeleição de Jair Bolsonaro e teve como CEO Jason Miller, próximo de Eduardo Bolsonaro.

Um ex-executivo da Gettr revelou que Figueiredo participou ativamente da expansão inicial da plataforma, recrutando influenciadores para aderirem ao aplicativo. A própria Gettr admitiu ter pago influenciadores de direita para promover a rede social.

“Missão cumprida”, dizem Eduardo e Figueiredo após sanções

As articulações internacionais coordenadas por Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo resultaram, segundo eles próprios, na aplicação de sanções reais ao Brasil. Em julho, o ex-presidente Donald Trump impôs uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras, alegando que a medida estava relacionada à atuação do STF contra Jair Bolsonaro.

Dias depois, o governo dos EUA também aplicou a Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, acusando-o de “censura, detenções arbitrárias e processos politizados”. Para os bolsonaristas, a ação foi uma “vitória estratégica” e o ápice de uma longa campanha iniciada em 2022.

Histórico de polêmicas

Paulo Figueiredo não é estranho a problemas com a Justiça. Ele já foi preso nos EUA em 2019 durante a Operação Circus Máximus, da Polícia Federal brasileira, que investigava corrupção em projetos do Banco de Brasília (BRB), incluindo o ex-Trump Hotel no Rio de Janeiro — empreendimento do qual Figueiredo foi sócio e que atualmente acumula dívida milionária com a prefeitura do Rio.

Além disso, ele figura entre os 34 nomes denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado. No entanto, é o único que ainda não teve a denúncia analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pois reside no exterior.

Tensão crescente entre EUA e Brasil

A atuação de figuras como Figueiredo e Eduardo Bolsonaro nos bastidores da política americana expõe uma tensão crescente nas relações entre Brasil e Estados Unidos, marcada por tentativas explícitas de interferência internacional no processo democrático brasileiro. Resta saber se as autoridades brasileiras ou americanas tomarão novas medidas diante das revelações que continuam vindo à tona.

🔗 Fonte: ICL Notícias | Com informações de Agência Pública e Mother Jones

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Editor Ourinhos Online