Desigualdade Salarial Persiste: Mulheres Ganham Quase 21% Menos que Homens no Brasil em 2024
Relatório aponta que mulheres negras recebem apenas metade do que ganham homens não negros. Igualdade salarial poderia injetar R$ 95 bilhões na economia.
Apesar dos avanços no mercado de trabalho, a desigualdade salarial entre homens e mulheres continua marcante no Brasil. Segundo o 3º Relatório de Transparência Salarial e Igualdade Salarial, divulgado pelos ministérios da Mulher e do Trabalho e Emprego, as mulheres brasileiras receberam, em média, 20,9% a menos que os homens em 2024.
O estudo analisou mais de 53 mil estabelecimentos com 100 ou mais empregados, somando 19 milhões de vínculos empregatícios. A diferença pouco variou em relação aos anos anteriores: 20,7% em 2023 e 19,4% em 2022.
Enquanto os homens têm um salário médio de R$ 4.745,53, as mulheres recebem R$ 3.755,01. A disparidade é ainda mais grave entre mulheres negras, que ganham em média R$ 2.864,39 — o que representa 52,5% a menos do que homens brancos.
Além disso, o abismo cresce nos cargos de gerência e direção, onde mulheres recebem 26,8% a menos. Mesmo entre pessoas com ensino superior, as mulheres ganham 31,5% a menos, mesmo nível de escolaridade.
A ministra da Mulher, Cida Gonçalves, aponta que a desigualdade se mantém por fatores estruturais, como a sobrecarga do trabalho de cuidado e a cultura empresarial ainda desigual:
“Desde a responsabilidade das mulheres pelo trabalho do cuidado à mentalidade de cada empresa”, afirmou.
Entre os estados com menor desigualdade estão Acre, Santa Catarina, Paraná, Amapá, São Paulo e Distrito Federal. Um dado positivo do relatório é a queda no número de empresas com menos de 10% de mulheres negras no quadro: de 21,6 mil para 20,4 mil.
O número de mulheres negras empregadas subiu de 3,2 para 3,8 milhões. Já a massa salarial feminina passou de 35,7% para 37,4% do total entre 2015 e 2024. Ainda assim, os rendimentos médios não acompanharam esse crescimento.
Entre 2015 e 2024, o número de mulheres empregadas aumentou de 38,8 para 44,8 milhões, enquanto o de homens passou de 48 para 53,5 milhões.
O relatório estima que, com igualdade salarial plena, o Brasil poderia injetar R$ 95 bilhões na economia.
Com informações da Agência Brasil
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