Três lições que aprendemos com “Anora “ (2024) – Por Bruno Yashinishi

“Anora” (2024), dirigido por Sean Baker, é um drama de comédia que explora temas como poder, identidade e os impactos das relações familiares. O longa-metragem foi o grande vencedor na categoria de Melhor filme no Oscar 2025, além de ganhar também nas categorias de Melhor Diretor, Melhor Roteiro, Melhor Montagem e Melhor Edição e Melhor Atriz (Mikey Madison).
O filme acompanha a história de Anora “Ani” Mikheeva (Mikey Madison), uma stripper e garota de programa de 23 anos que vive em Brighton Beach, no Brooklyn. Ela se envolve com Ivan Zakharov (Mark Eydelshteyn), o filho de um oligarca russo, e sua relação com ele se torna o ponto central da trama. O romance conturbado entre eles é marcado por manipulação, controle e a constante luta de Ani para encontrar sua própria liberdade diante das pressões familiares e sociais.
A história começa quando Ani é contratada por Ivan para acompanhá-lo em uma série de encontros. À medida que se envolvem emocionalmente, a dinâmica de poder e os interesses da família de Ivan começam a interferir no relacionamento, levando a uma série de confrontos e decisões difíceis. A trama se desenvolve com Ani tentando entender até que ponto sua relação com o garoto é genuína ou apenas uma forma de escapar das circunstâncias em que vive. O filme toca em questões de manipulação emocional, identidade e os limites do que estamos dispostos a fazer por amor ou por segurança financeira. A seguir, três lições que aprendemos com “Anora”:
1 – A influência do poder nas relações pessoais: “Anora” mostra como as relações podem ser desequilibradas quando há disparidade de poder entre os envolvidos. Ivan, filho de um oligarca russo, usa seu status e riqueza para manipular Ani, enquanto ela, apesar de ser mais vulnerável na relação, também encontra formas de exercer seu poder. O filme destaca como, mesmo em relações que parecem afetivas, o poder econômico e social pode distorcer as intenções de ambos os lados. Essa lição nos lembra que a verdadeira igualdade nas relações depende da ausência de manipulação e da capacidade de ambas as partes agirem com liberdade.
2 – A busca pela autonomia em um ambiente controlador: Ao longo do filme, Ani luta para afirmar sua independência em um cenário onde as escolhas dela são constantemente limitadas por outros, especialmente pela família de Ivan. Ela se vê pressionada a agir de determinadas maneiras e, ao mesmo tempo, busca sua liberdade, tanto emocional quanto financeira. Essa busca por autonomia em um ambiente controlado é central para a personagem e nos ensina sobre a importância de preservar nossas escolhas em situações de manipulação e controle externo.
3 – O impacto das relações familiares nas decisões individuais: “Anora” também aborda como as expectativas familiares podem moldar as decisões de vida de um indivíduo. Ivan, apesar de ser adulto, continua fortemente influenciado pelas vontades de seus pais, especialmente sua mãe, que tenta anular o casamento dele com Ani. Essa dinâmica evidencia como a pressão familiar pode restringir a liberdade e a capacidade de tomar decisões próprias. O filme sugere que, embora a família tenha um papel importante na formação de nossas identidades, ela também pode representar um obstáculo quando se torna uma força impositiva e controladora sobre nossas escolhas pessoais.
Em suma, “Anora” é uma reflexão sobre as complexas dinâmicas de poder, controle e liberdade nas relações humanas. Através da história de Ani e Ivan, o filme destaca a importância de se manter a autonomia, mesmo em face de pressões externas, e questiona o impacto das relações familiares sobre as escolhas individuais. O filme também nos lembra de que as verdadeiras conexões são baseadas na igualdade e no respeito mútuo, e que as relações não devem ser moldadas apenas por interesses pessoais ou financeiros.

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Editor Ourinhos Online