“TO-TAL-MEN-TE” PREMIADA: Quem é Fernanda Torres? – Por Bruno Yashinishi
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Logo após a estreia de “Ainda estou aqui” (2024) e a grande aclamação da crítica e do público nos dias seguintes, Fernanda Torres, que interpreta a personagem principal Eunice Paiva, veio às redes sociais pedir aos brasileiros que não levassem as expectativas do filme ao mesmo clima que a da Copa do Mundo. No entanto, a desobediência é uma grande virtude do Brasil (pena que não a civil, de Thoreau) e não demorou em pulularem centenas de milhões de comentários, memes, postagens e notícias em praticamente todas as plataformas virtuais e de comunicação.
Em janeiro de 2025, Fernanda recebeu merecidamente o Globo de Ouro na categoria Melhor Atriz em filme dramático, o que serviu de mais munição para acalorar a torcida na esperança de indicações ao Oscar. De fato, a indicação veio. “Ainda estou aqui” é o terceiro filme brasileiro sem ser coproduzido por outro país indicado à categoria de “Melhor Filme Internacional” (antecedido “O pagador de promessas”, em 1973; “O Quatrilho”, em 1996; e “O que é isso companheiro?”, em 1998); e o primeiro a ser indicado à categoria principal de “Melhor Filme”. Quanto a Fernanda Torres, a indicação como “Melhor Atriz” só foi precedida pela de sua mãe, Fernanda Montenegro, em “Central do Brasil”, em 1999.
Bom, acredito que todos conheçam Fernanda Torres, a maioria antes mesmo de todo esse prestígio recente. Porém, é importante lembrar um pouco da trajetória dessa grande artista brasileira que ajuda a escrever à tinta dourada a história da cinematografia nacional recente.
Fernanda Pinheiro Torres nasceu no Rio de Janeiro em 15 de setembro de 1965. Filha dos icônicos atores Fernanda Montenegro e Fernando Torres, Fernanda se destacou desde jovem, ingressando no teatro aos treze anos e fazendo sua estreia no cinema aos dezesseis, com o filme “Inocência”. Sua trajetória é marcada por performances memoráveis e por uma impressionante habilidade de transitar entre gêneros, seja no drama, na comédia ou na literatura.
Sua carreira no cinema é recheada de papéis marcantes. Atuou em mais de 20 filmes, com destaque para “Eu Sei Que Vou Te Amar”, que lhe rendeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes, e “Casa de Areia”, onde contracenou com sua mãe, Fernanda Montenegro. Ao longo dos anos, trabalhou com diretores renomados, como Walter Salles, em “Terra Estrangeira”.
No teatro, Fernanda consolidou sua carreira com produções de grande sucesso, como o monólogo “A Casa dos Budas Ditosos”, baseado no livro de João Ubaldo Ribeiro, que encantou mais de dois milhões de espectadores e segue em cartaz até hoje. Ela também trabalhou com grandes nomes do teatro, como Gerald Thomas e Bia Lessa, e participou de mais de uma dezena de peças, sempre com grande reconhecimento por sua atuação.
Na televisão, a atriz conquistou enorme popularidade com séries de comédia como “Os Normais” e “Tapas & Beijos”, onde mostrou sua habilidade para o humor e cativou o público com personagens icônicos. Além disso, esteve presente em várias novelas e minisséries, tornando-se uma figura querida pela audiência.
Além de sua carreira como atriz, Fernanda também se destacou como escritora. Em 2014, publicou seu primeiro romance, “Fim”, que foi um grande sucesso de vendas, traduzido para diversos idiomas e adaptado para uma minissérie. A obra marcou sua entrada no universo literário, sendo seguida por “A Glória e Seu Cortejo de Horrores”, em 2017. Como cronista, escreveu para jornais e revistas, sempre com uma visão crítica e sensível sobre o cotidiano.
Ao longo de sua carreira, Fernanda recebeu inúmeros prêmios e reconhecimentos, incluindo seis nomeações ao Prêmio Grande Otelo, Prêmios Guarani e Troféu Imprensa. Sua trajetória reflete uma artista multifacetada, que deixou uma marca indelével na cultura brasileira, com um legado que vai além de suas atuações, abrangendo também sua produção literária e sua contribuição para a televisão e o cinema.
Agora, to-tal-men-te premiada e indicada, que venha o Oscar (justo no domingo de Carnaval). É pra se sentir o Pikachu!