Fernanda, ainda estamos aqui! Oscar 2025: uma vitória para o cinema nacional e o brilho de Fernanda Torres – Por Bruno Yashinishi

A vitória do Brasil no Oscar 2025, com o filme “Ainda Estou Aqui”, é mais do que um simples troféu. Trata-se de um marco histórico para o cinema nacional, que, apesar de não ter sido representado em sua totalidade nas categorias de atuação, mostrou sua força e relevância na cena global. O prêmio de Melhor Filme Internacional, conquistado por uma produção brasileira, coloca o país em um novo patamar, mostrando que o talento cinematográfico brasileiro vai além das fronteiras nacionais e conquista um espaço merecido entre as grandes produções mundiais.
“Ainda Estou Aqui” não é apenas uma produção que encantou o público. É uma história que toca em questões universais e é capaz de refletir a alma de um Brasil contemporâneo, ressoando com audiências em todo o mundo. A premiação é, portanto, uma reafirmação do poder do cinema como uma forma de arte capaz de conectar culturas e provocar reflexões profundas sobre a sociedade.
É importante notar que grandes atores, como Fernanda Torres, nem sempre são reconhecidos com o Oscar. Exemplos notáveis incluem Glenn Close, indicada oito vezes sem vitória, e Amy Adams, com seis indicações sem estatueta. Além delas, nomes como Harrison Ford, Demi Moore e Tom Cruise também nunca ganharam o prêmio, apesar de suas performances aclamadas pela crítica. Isso demonstra que, embora o Oscar seja uma honraria significativa, ele não é o único indicador do talento ou da importância de um artista na indústria cinematográfica.
Ao longo da história do Oscar, filmes aclamados pela crítica e pelo público, mas que não levaram a estatueta de Melhor Filme, também geraram debates sobre possíveis injustiças. Um dos casos mais emblemáticos foi “Cidadão Kane” (1941), considerado por muitos o melhor filme de todos os tempos, mas perdeu para “Como Era Verde o Meu Vale”. Outro exemplo é “O Grande Ditador” (1940) de Charlie Chaplin, uma sátira antinazista que recebeu várias indicações, mas saiu de mãos vazias. Por fim, “O Sol é Para Todos” (1962), apesar de ser um marco do cinema, perdeu o prêmio de Melhor Filme para “Lawrence da Arábia”. Esses casos ilustram como, apesar do reconhecimento crítico, nem sempre os vencedores do Oscar refletem unanimidade sobre qual filme seria o mais merecedor.
Durante a cerimônia de premiação, o cineasta Walter Salles, ao receber o prêmio por “Ainda Estou Aqui”, fez questão de dedicar a conquista a Eunice Paiva e seu marido, Rubens Paiva, que sofreram profundamente durante a ditadura militar no Brasil. Eunice Paiva, mãe do cineasta, perdeu o marido, Rubens, um militante de esquerda, que foi preso e desapareceu nas mãos do regime. A dedicação de Salles não só reconheceu a luta de sua própria família, mas também foi uma homenagem ao legado daqueles que resistiram à repressão e à injustiça, refletindo o caráter político e emocional do filme que venceu o prêmio.
O que podemos esperar para o futuro do cinema brasileiro, a partir deste Oscar, é uma continuidade de uma trajetória ascendente. O prêmio de Melhor Filme Internacional é apenas o começo. Ele abre portas para uma nova geração de cineastas, roteiristas, e, claro, atores e atrizes que, inspirados por este feito, se sentem impulsionados a levar as histórias brasileiras ao mundo, mostrando a riqueza e diversidade cultural que o país tem a oferecer.
A vitória de “Ainda Estou Aqui” é um sinal claro de que o Brasil continua a trilhar um caminho de reconhecimento e respeito no cenário cinematográfico global. E, independentemente do que aconteça nos próximos Oscars, o cinema nacional se reafirma como uma potência criativa, capaz de produzir histórias que emocionam e representam nossa identidade com autenticidade.
O cinema brasileiro segue firme, e Fernanda Torres, com sua brilhante carreira, continua a ser uma das suas maiores estrelas. O que a premiação de 2025 nos diz é que o melhor ainda está por vir. E nós, Fernanda, sempre estaremos aqui pra te prestigiar “Pikachuzinha”.

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Editor Ourinhos Online