5 filmes de Akira Kurosawa que você precisa assistir – Por Bruno Yashinishi
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Poucos cineastas deixaram uma marca tão profunda na história do cinema quanto Akira Kurosawa. Diretor japonês de alcance universal, Kurosawa foi um mestre da narrativa visual, da direção de atores e da reinvenção estética. Seus filmes influenciaram gerações de diretores no mundo inteiro — de George Lucas a Martin Scorsese. A seguir, selecionamos cinco obras essenciais para quem deseja conhecer ou revisitar a genialidade desse verdadeiro samurai do cinema.
1. Rashomon (1950)
Este é o filme que apresentou Kurosawa ao mundo e mudou para sempre a forma como histórias podem ser contadas no cinema. Em Rashomon, o assassinato de um samurai é narrado por diferentes personagens, cada um com sua própria versão dos fatos. A estrutura fragmentada, que desafia a noção de verdade absoluta, foi revolucionária. Além disso, o uso inovador da luz, da sombra e da câmera em movimento tornaram o filme um marco visual e narrativo.
2. Os Sete Samurais (1954)
Uma das maiores epopeias da história do cinema, Os Sete Samurais é, ao mesmo tempo, um drama humano profundo e uma aula de construção cinematográfica. A história — um vilarejo que contrata guerreiros para se proteger de bandidos — é simples, mas ganha força com personagens complexos, cenas de batalha coreografadas com precisão e uma narrativa que equilibra ação, humor e melancolia. Não por acaso, foi homenageado e refeito inúmeras vezes.
3. Trono Manchado de Sangue (1957)
Nesta releitura sombria de Macbeth, Kurosawa transporta a tragédia de Shakespeare para o Japão feudal, com resultados impressionantes. Trono Manchado de Sangue é um filme carregado de atmosfera, com cenas de tirar o fôlego — como a famosa sequência final com flechas reais sendo disparadas contra Toshiro Mifune. A combinação entre teatro Noh, simbolismo visual e poder dramático transforma esta adaptação em uma obra-prima por mérito próprio.
4. Sonhos (1990)
Uma obra profundamente pessoal, Sonhos é composta por oito vinhetas baseadas nos próprios sonhos de Kurosawa ao longo da vida. Aqui, o diretor se entrega à poesia visual e ao simbolismo, explorando temas como a infância, a natureza, a guerra, a arte e a morte. Cada segmento tem uma estética única, e o conjunto funciona como um testamento espiritual de Kurosawa, que, já em idade avançada, reflete sobre o mundo com melancolia, beleza e esperança. É um filme contemplativo e tocante, que mostra o lado mais íntimo de sua sensibilidade artística.
5. Dersu Uzala (1975)
Filmado na União Soviética e vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, Dersu Uzala é uma das obras mais líricas de Kurosawa. A amizade entre um oficial russo e um caçador nômade revela uma profunda reverência pela natureza e pela sabedoria ancestral. Com paisagens deslumbrantes e um ritmo contemplativo, o filme é uma celebração da simplicidade e da conexão entre homem e mundo.
Conclusão
Akira Kurosawa é muito mais do que um cineasta japonês: é um artista universal que compreendeu a alma humana em suas diversas facetas — do heroísmo ao desespero, da fúria à compaixão. Seus filmes são aulas de cinema, mas, acima de tudo, são experiências humanas que permanecem relevantes, tocantes e poderosas mesmo décadas após sua estreia.
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