VOCÊ É DE ESQUERDA OU DE DIREITA? VOCÊ É DE BAIXO! Por Prof. Dr. Rodolfo Fiorucci

Não existe luta entre Esquerda e Direita; o que existe é a luta dos de Cima contra os de Baixo. E preste atenção, você que recebe salário, não importa se mil, dez mil ou 30 mil reais por mês, você está embaixo! Isso porque rico de verdade não vive de salário, isso é coisa de trabalhador. Rico vive de renda, de especulação e de participação em lucros. E Se você tem um pequeno negócio e se acha rico ou empresário de sucesso, sinto dizer, mas você foi enganado, pois você não tem os mesmos benefícios que as grandes empresas têm.

​Você aí que acha que o Estado cobra muito imposto, você está parcialmente correto, pois o Estado brasileiro não cobra imposto fora da média dos países da OCDE, mas cobra imposto de forma injusta e excessiva sobre a parte mais pobre da sociedade (pobres e classe média). Ou seja, embora a carga tributária brasileira esteja alinhada com a maioria dos países, a forma de cobrança é inversamente proporcional à renda. No Brasil, quanto menor seu rendimento maior o imposto; por outro lado, quanto maior sua renda, menos você paga.

​O Brasil é o que se pode chamar de paraíso fiscal dos super ricos, pois além desses praticamente não pagarem impostos, o Estado brasileiro pega uma grande parte do imposto pago pelos pobres e classe média e entrega para os mais ricos em forma de isenções fiscais sobre empresas, subsídios bilionários para grandes setores produtivos e pagamento de juros via Taxa Selic, a 2ª mais alta do mundo.

​Vou “desenhar” para fica mais claro: por exemplo, o Brasil chega a isentar quase 1 TRILHÃO de reais das grandes empresas todo ano, ou seja, desiste de receber esses impostos. Também oferece a cada ano um Plano Safra recorde, em 2025 na casa dos 500 bilhões, com juros subsidiados e baixos para os maiores produtores rurais do país. O Brasil também não cobra imposto de exportação no setor agrícola, o que faz com que os produtores vendam quase tudo para fora do país deixando os alimentos mais caros no Brasil, gerando inflação. Enfim, há uma infinidade de benefícios.

​Ao deixar de cobrar impostos dos super ricos, esses pegam o dinheiro que deveria ser público (impostos não pagos), ou pegam os lucros que obtiveram com juros baixíssimos que subsidiam o agro nacional, e “emprestam” esse dinheiro, que já era do país, para o próprio país, mas agora a 15% ao ano (Taxa Selic).

Se você não entendeu eu explico: suponha que um amigo seu te deve dinheiro e que ele não paga e ainda pega esse dinheiro que te devia e te empresta a juros altíssimos (o 2º maior do mundo). E aí você fica com uma dívida gigante com seu amigo, de um dinheiro que ele te emprestou, mas que era seu. O seu amigo pega o seudinheiro e te empresta a juros altos. E você paga juros absurdos num dinheiro que você deu ao seu amigo de graça e ele te emprestou. Entendeu? É assim que funciona no Brasil.

​E você que comemorou a derrota do governo Lula no caso da cobrança de impostos de Fintechs (o principal braço financeiro do crime organizado), das Bets, dos ativos financeiros especulativos e do IOF, você foi enganado. Sabe o porquê? Porque você ficou feliz em manter os super ricos brasileiros sem pagar impostos, aqueles mesmos que no primeiro parágrafo eu disse que não recebiam salários porque viviam de renda, especulação e lucros. Parabéns, você defendeu um sistema em que para os bilionários não pagarem nada, você continua pagando altos impostos no consumo e na renda.

Afinal, de algum lugar qualquer governo precisa tirar impostos para garantir o funcionamento do país. Se não é dos que mais ganham, será dos que menos ganham. E detalhe, se você acha isso correto, você foi enganado mais uma vez, pois nenhum país do mundo faz isso, nem os EUA que você tanto admira.

E no frigir dos ovos segue o baile: os bilionários sugam os recursos públicos pagos por imposto de pobre e classe média, enquanto multiplicam seus patrimônios sem devolver nada ao país em forma de impostos.

Mas o que importa é lutar contra o “comunismo”, a “mamadeira de piroca”, e a “ditadura” do judiciário, não é mesmo?

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