Criminalização do aborto no Brasil coloca a vida das mulheres em risco, alerta especialista

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A criminalização do aborto no Brasil transforma um procedimento seguro em uma ameaça à vida de milhares de mulheres. A avaliação é de Lina López, porta-voz da organização Women First Digital, que participou do Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, no marco do Dia da Luta pela Descriminalização e Legalização do Aborto na América Latina e Caribe, celebrado em 28 de setembro.

“É um procedimento simples, seguro, mas as restrições legais criam muito medo e desinformação. Então, ele vira um problema”, afirmou. Segundo López, o impacto vai além do aborto em si. “Um país onde o aborto está criminalizado é um país onde ter uma gravidez é muito mais inseguro para uma mulher. Isso afeta de maneira integral sua saúde reprodutiva.”

Ela explica que as barreiras legais impedem que profissionais de saúde recebam formação adequada e que mulheres tenham acesso a informações sobre as hipóteses previstas na legislação.

“As leis afetam a mulher a ter acesso à cidadania, a sua capacidade para ter acesso seguro [ao aborto], mas também sobre o seu corpo, seu direito à saúde, e podem pôr em risco sua vida como um todo”, alertou.

No Brasil, a interrupção da gravidez só é permitida em três situações: quando há risco de vida para a gestante, em casos de gravidez resultante de estupro ou em situações de anencefalia do feto. Ainda assim, é comum que a desinformação e a atuação direta de setores conservadores tentem impedir mesmo os procedimentos previstos em lei.

Para Lina López, ampliar o debate e garantir acesso à informação são passos fundamentais para que as mulheres possam exercer seus direitos de forma plena. “Falar sobre o aborto é falar sobre saúde pública, sobre direitos humanos e sobre a dignidade das mulheres. O silêncio e a criminalização só aumentam os riscos e as desigualdades”, concluiu.

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Editor Ourinhos Online