Danos ao carro e à saúde: produto usado pelo PCC em combustíveis pode matar
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A megaoperação Carbono Oculto, deflagrada pela Polícia Federal, revelou que o PCC (Primeiro Comando da Capital) utilizou mais de mil postos de combustível em todo o Brasil entre 2020 e 2024 para movimentar cerca de R$ 52 milhões. Além da lavagem de dinheiro, a investigação apontou que a facção aumentava seus lucros por meio da adulteração de gasolina e etanol com metanol, substância altamente tóxica e proibida no país.
O metanol, que já foi usado de forma legal no Brasil entre 1979 e 1981, durante a crise do etanol, é hoje considerado um risco grave tanto para os veículos quanto para a saúde. A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) permite apenas até 0,5% da substância na gasolina e no etanol. Acima disso, os postos podem ser interditados.
Em 2023, a ANP apreendeu 863 mil litros de metanol que seriam usados em adulteração em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.
Segundo o Instituto Combustível Legal (ICL), o produto é cancerígeno e extremamente perigoso quando utilizado na combustão. Para os veículos, provoca corrosão de peças internas, falhas no motor, aumento do consumo e prejuízos elevados aos motoristas. Já para os seres humanos, a exposição pode resultar em cegueira, bloqueio dos rins, falência dos órgãos e até morte.
“Os casos de adulteração de combustível por metanol representam um problema grave e de elevada periculosidade operacional”, destacou Emerson Kapaz, presidente do ICL.
O engenheiro Erwin Franieck, da SAE Brasil, reforçou o alerta: a substância, quando inaladas as suas emissões ou em contato com a corrente sanguínea, pode causar danos irreversíveis à saúde.
A investigação segue em andamento e reforça o alerta aos consumidores: é fundamental abastecer apenas em postos de confiança, uma vez que os riscos vão muito além do bolso — podem atingir diretamente a vida.
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