UEM apoia movimento estudantil em defesa da direção escolar em Maringá (PR)
O desmonte promovido por Renato Feder na educação do Paraná, marcado por práticas autoritárias e medidas sem respaldo pedagógico, vem causando sérios prejuízos ao processo de ensino-aprendizagem no estado. O mesmo modelo, segundo alunos, professores e sindicatos, também tem sido aplicado no estado de São Paulo, de forma ainda mais agravada.
Em Maringá, o Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual de Maringá (UEM) divulgou uma nota oficial manifestando apoio irrestrito ao movimento pacífico e crítico organizado pelos estudantes do Colégio Estadual Alfredo Moacyr Maluf. O movimento pede a reintegração da equipe gestora da escola, afastada por decisão da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR) e do Núcleo Regional de Educação de Maringá (NRE).
O afastamento da direção, liderada pelo professor Geraldo Trabuco, foi justificado pelo suposto não cumprimento das metas de uso de plataformas digitais impostas pelo governo estadual e pela taxa de frequência dos alunos, que ficou abaixo de 85%. No entanto, a UEM destaca que a decisão desconsidera o relevante trabalho pedagógico desenvolvido pela gestão nos últimos anos.
Na nota, a universidade critica a imposição de um processo de plataformização do ensino público no Paraná, que, segundo estudos, tem gerado impactos negativos na qualidade da educação. Entre os problemas apontados estão a falta de autonomia dos professores, o adoecimento profissional causado por cobranças excessivas e a distorção de dados estatísticos que não refletem a realidade das salas de aula.
A UEM também alerta que a abordagem tecnocrática, centrada nas plataformas digitais, compromete o desenvolvimento crítico dos alunos e sobrecarrega ainda mais os educadores da rede pública. Esses profissionais já enfrentam condições precárias de trabalho, baixos salários e a ausência de concursos públicos que garantam estabilidade na carreira docente.
Diante desse cenário, a universidade faz um apelo à sociedade paranaense sobre os riscos de um projeto que, sob o discurso de modernização, ameaça a formação dos estudantes e enfraquece ainda mais a escola pública. A UEM reafirma seu apoio aos servidores afastados do Colégio Estadual Alfredo Maluf e aos estudantes que seguem mobilizados em defesa da educação pública e democrática.
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