Jornalista anuncia saída de rede social e denuncia propagação do ódio online
Jamil Chade critica gestão de Elon Musk no X e alerta para os riscos da difusão de mentiras e discursos de ódio.
O jornalista Jamil Chade, reconhecido por sua atuação na cobertura de temas de direitos humanos e política internacional, anunciou, nesta sexta-feira (17), que deixará de utilizar a rede social anteriormente conhecida como Twitter, agora sob a gestão de Elon Musk. Em uma publicação contundente, Chade classificou a plataforma como uma “máquina de difusão de mentiras” e alertou sobre os perigos que ela representa à democracia e à convivência social.
“Não aceitarei mais ser cúmplice de uma plataforma do ódio, de uma ameaça à democracia, de um instrumento de ruptura da sociedade e de uma instigadora da violência”, escreveu o jornalista em sua despedida, que gerou ampla repercussão.
Chade ainda comparou o impacto das redes sociais ao papel de meios de comunicação em tragédias históricas, como o genocídio de Ruanda nos anos 1990. “O genocídio não começa na primeira morte. Mas na difusão do ódio”, enfatizou.
Além disso, o jornalista relembrou o episódio do ataque ao Capitólio dos Estados Unidos em 2021, ressaltando que, na época, funcionários da plataforma expressaram preocupação com o uso da rede para fomentar violência e desinformação. “Se os próprios funcionários admitiram que a história julgaria a empresa, como dormir tranquilo sabendo que fazemos parte disso hoje?”, questionou.
Com uma abordagem reflexiva e crítica, Chade também criticou o uso do discurso de “liberdade de expressão” como justificativa para a disseminação de mentiras e ódio. Para ele, o silêncio diante desse cenário é equivalente à cumplicidade. “Não agir é cumplicidade”, afirmou.
A decisão de Jamil Chade reflete um movimento crescente de figuras públicas que se distanciam da plataforma devido a preocupações com a moderação de conteúdo e os impactos negativos que discursos extremistas podem gerar na sociedade.
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