Careca do ABC, amigo de Bolsonaro nas motociatas: escândalo do INSS

A Polícia Federal apreendeu 14 carros de luxo avaliados em R$ 6,3 milhões em uma série de operações contra fraudes previdenciárias envolvendo Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS ou Careca do ABC, figura que ganhou notoriedade nacional ao participar de motociatas ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro.

As apreensões ocorreram em três fases da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema de desvio milionário de recursos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os veículos estavam em nome de Antunes ou de empresas ligadas a ele. Os valores foram calculados com base na Tabela Fipe, que define os preços médios de mercado.

Primeira fase – abril

Em 23 de abril, a PF confiscou oito veículos, entre eles um Porsche Taycan Turbo S, avaliado em R$ 770,2 mil, e um Audi RS5, de R$ 463,7 mil. Três motocicletas de alto desempenho também foram apreendidas, incluindo uma BMW S 1000 RR e uma Suzuki Hayabusa.

Segunda fase – maio

Já em 20 de maio, foram levados cinco carros, com destaque para um Porsche 911 Carrera GTS, avaliado em R$ 1,2 milhão, além de uma BMW M3 Competition e um Porsche Panamera 4S híbrido.

Terceira fase – setembro

Na 12 de setembro, quando Antunes foi preso, a Polícia Federal apreendeu ainda um Porsche Cayenne S Coupé, de R$ 932,7 mil.

Ligação com ministro do TCU

Um detalhe inusitado chamou a atenção: entre os veículos apreendidos em abril estava um BMW X1 que havia pertencido à esposa do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Jhonatan de Jesus. O ministro alegou que o carro já havia sido vendido em março, por meio de terceiros, sem contato direto com Antunes.

Escândalo e repercussão política

Apontado como líder de um esquema de fraudes no INSS, o Careca do INSS construiu uma imagem pública de proximidade com Bolsonaro, participando ativamente das motociatas durante o governo do ex-presidente. A prisão e as apreensões agora expõem a dimensão do escândalo, que envolve não apenas crimes financeiros, mas também relações políticas de bastidores.

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