O perigo das milícias: controle territorial e lucro com cigarros falsificados

Grupos paramilitares ameaçam moradores e movimentam bilhões com atividades ilegais

No Rio de Janeiro, as milícias consolidam cada vez mais seu domínio sobre comunidades vulneráveis, utilizando a venda de cigarros falsificados como uma de suas principais fontes de lucro. Em 2023, essa atividade movimentou cerca de R$ 9 bilhões, com 34 bilhões de unidades ilegais vendidas em todo o Brasil, segundo dados do Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP).

Compostas majoritariamente por ex-policiais e militares, as milícias fabricam e distribuem versões falsificadas de marcas paraguaias, em um esquema apelidado de “falsificação da falsificação”. Comerciantes e moradores são obrigados a vender e consumir exclusivamente a “marca do crime”, sob pena de represálias que podem incluir ameaças de morte.

Além do comércio de cigarros, esses grupos exploram serviços ilegais como transporte alternativo e venda de gás de cozinha, consolidando seu controle em pelo menos 45 dos 92 municípios do estado. Investigações recentes revelaram conexões entre as milícias e crimes como extorsão, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e assassinatos.

As forças de segurança têm intensificado operações para conter esse avanço, mas a complexidade e o poderio financeiro das milícias desafiam o Estado. Especialistas reforçam a urgência de políticas públicas e ações integradas para combater essas organizações que transformaram comunidades inteiras em monopólios do crime.

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Editor Ourinhos Online